quarta-feira, 15 de setembro de 2010

In this world of extreme beauty, what is normal is very ugly.

Ilustração do artista argentino Gervasio Troche (um dos meus preferidos) portroche.blogspot.com

Outside...



O dia é bem difícil, mas mais difícil é pensar.
Na noite nos entendemos melhor.
Não se deve pensar no escuro, a noite é inimiga dos pensamentos.
Mas é no escuro que as coisas ficam claras.
E tudo que precisamos é de uns aos outros pra conseguirmos ser nós mesmos.
Lá eu me sinto fora desse planeta, e não consigo fingir ser parte daquilo.
Foi quando vi que é bom ser uma alma sem um corpo.
O corpo pesa.
Eles pensam que não estamos indo a lugar algum, mas nós já chegamos lá.
E fico em paz quando vejo tanta gente se esforçando pra ser normal.
E eu aqui, conformada com as minhas diferenças.

I'm all that I can only see...

Coisas que nem meus melhores amigos sabiam sobre mim até agora:

* Eu costumo contar quantas pessoas estão presentes no recinto, sempre! No mínimo umas 10 vezes. Claro, se forem poucas pessoas, até umas 15, mais ou menos. Quando são mais, eu conto só as que eu conheço.

* Eu sou canhota. Tá, isso todo mundo sabe. Mas o que ninguém sabe é que a primeira folha do meu primeiro caderno no primeiro dia de aula no colégio é escrita toda da direita pra esquerda (como a escrita árabe). Quando a professora viu, ficou pasma e brigou comigo. A partir desse dia tive que aprender a escrever da esquerda pra direita. Ainda tenho facilidade pra escrever da direita pra esquerda.

* Eu tenho milhares de coisas legais pra fazer em casa. Algumas pessoas perguntam, que coisas? Não sei. Às vezes as coisas mais legais de se fazer sozinha em casa, não tem nome.

* Sou só eu que sinto que as minhas coisas, não são minhas?

* Quando chego em casa, a primeira coisa que eu faço é tirar a roupa. Não consigo ficar nem 5 minutos dentro de casa com a mesma roupa que saí.

* Eu estava deitada na minha cama, ouvindo música e senti minha alma sair do meu corpo. Foi a melhor sensação que tive na vida.

* Eu choro vendo comerciais na televisão.

* Minha mãe sempre disse que eu tenho pernas de jogador de futebol, como as do meu pai. Quando eu era criança, eu não gostava da idéia de ter pernas parecidas com a de um homem, hoje em dia eu gosto.

* Na última vez que tive febre alta, eu vi meu vizinho andando no teto puxando uma vaca por uma corda, e me senti menor que um grão de areia. Não foi legal.

* Ainda não tive o dia mais feliz da minha vida.

Scream the quitest and whisper the loudest.

Descobri há muito tempo que escrever me faz bem... é, faz.
Mas descobri há muito pouco tempo que compartilhar o que eu escrevo me faz muito bem.
Tem muita coisa guardada em mim que nem eu imagino, e vou descobrindo aos poucos, em momentos como esse de agora: madrugada de insônia, cansada de fazer qualquer outra coisa além de pensar.  Eu tenho MUITA insônia. Fico dias sem dormir, tranquilamente. Fui ao médico e ele disse que não tenho nada, que é psicológico. O psicólogo diz que é causa neurológica. Ou seja, sou um caso perdido.
Mas, enfim. Não é pra contar fatos reais que eu fiz esse blog, pra isso já tem outros milhares, e nem pra falar sobre a minha singela vidinha. É pra compartilhar meus pensamentos, devaneios, loucuras, enfim...
Meus pensamentos andam no ritmo de um trem-bala nos últimos tempos. E às vezes eles me dão medo.
Espero conseguir organizar tudo e me fazer ser entendida aqui. Não vai ser fácil.